Muitos, certamente, dos
visitantes de Moledo e da Foz do Minho, em Caminha, tem uma foto da Fortaleza
da Ìnsua para recordação. Pois, tudo indica que o monumento não passa,
actualmente, do que uma mera recordação.
Tempos houve em que os
pescadores reuniam família e amigos e rumavam em direcção à fortaleza, e assim
passando um dia de convívio. Mas vai lá o tempo … As portas foram encerradas e
proibida a ida ao local sem permissão.
Também, tempos houve em que
foi vinculado um protocolo entre o município caminhense e La Guardia para
recuperar o monumento e torna-lo um local de pesquisa oceanográfica. Mais não
passou de ditos …
Hoje o monumento está
esquecido, em estado de deteriorização e, no passado, alguns larápios levaram
azulejos do interior assim como outros objectos que marcavam as recordações da
Fortaleza da Ìnsua e quem por lá passou.
Segundo se sabe o forte da
Ínsua foi pelo Estado português cedido ao Instituto Politécnico de Viana do
Castelo, e disto já passou uma década. Cabe a este instituto a manutenção do
monumento, entre outros aspectos de relevância.
O assimassim decidiu abordar
o tema e falou com o presidente do município caminhense, Miguel Alves, que se
mostrou imensamente preocupado com a deteriorização do forte e salienta que «
Já tive ocasião de o dizer em diversos fóruns, continuo a chamar a atenção para
o facto em reuniões privadas e em aparições públicas e espero que possa surgir
um projecto mais concreto, primeiro, e o apoio do Estado depois.
Este autarca afirma que na
candidatura do estuário do rio Minho a Fortaleza da Ìnsua ocupa um lugar de
destaque e « Aguardamos pelos passos que o IPVC quiser dar com expectativa mas
sempre com preocupação pelo arrastar da situação.
Terá sido esta uma ‘batata
quente’ que caiu no Instituto Politécnico de Viana do Castelo? Não sabemos …
Tem o IPVC um projecto para esta fortaleza? Não sabemos … Tem o Instituto
Politécnico de Viana do Castelo feito algo na recuperação ou manutenção da
Ìnsua? Não sabemos … Apesar dos vários contactos o assimassim não recebeu
nenhum tipo de esclarecimento por parte de quem tem a tutela da Fortaleza da
Ínsua, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Sabemos, sim é que as portas
da fortaleza já foram arrombadas … E a pergunta ainda se mantem: esquecida ou
vetada ao abandono?
A história da Fortaleza da ìnsua
Indissociável da paisagem de
Moledo do Minho, é uma pequena ilha rochosa situada a sudoeste da costa
portuguesa, distanciada cerca de 200m. Tudo leva a crer que anteriormente à
fundação do convento tenha aí existido um local de culto que os portugueses
conheciam por Sta. Maria da Ínsua. Esta ermida tinha um ermitão e a sua festa realizava-se
a 8 de Setembro. No entanto, foram os franciscanos da observância menorita,
nomeadamente Frei Diogo de Árias, que fundou o convento de Sta. Maria da Ìnsua.
Em 1471, e após ter tido por algumas vezes apenas dois frades a viver no
convento, têm lugar as primeiras obras de reedificação, visto que o convento
não reunia as condições adequadas para se viver.Estas obras consistiram na
construção de novas celas e na melhoria da capela e da casa. Após esta data
dá-se uma grande projecção do convento, com a entrada de muitos religiosos,
entre os quais Frei André da Ínsua que chegou a ser Geral da Ordem. No mesmo
período, testemunhando uma época de prosperidade e de grande apoio, o convento
recebeu a visita dos senhores de Caminha, o governador de Ceuta, e a própria
família real. Houve uma época de quase inexistência da actividade no convento
da Ínsua, que viria a ser de imediato retomada por solicitação do duque de Caminha,
D.. Miguel Menezes, e do próprio povo caminhense.
Entre 1649 e1652 tem lugar a
construção do Forte sob ordem de D. Diogo de Lima, Governador das Armas da
Província do Minho, com a função de proteger a entrada da barra do rio Minho e
também proteger o próprio convento de outros ataques por corsários. Assim
inicia-se a longa e difícil coexistência entre os frades e os soldados.
em 1717 D. João V oferece
200$000 reis para reedificação da igreja, com tecto de abóbada de pedra e coro
alto, obras estas que só ficam concluídas em 1767 quando se fazem novas celas,
sala do capítulo e retábulo do altar. Em 1834 as ordens religiosas foram
extintas e o convento é integrado no património nacional, enquanto que o Forte
continuou sob a alçada dos militares até ao ano de 1940, quando o Ministério da
Marinha entrega o Forte ao Ministério das Finanças.
Ainda foram feitas outro tipo
de obras de remodelação e conservação, sendo estas datadas por volta de 2000,
mas até hoje mais nada isto que se tenha conhecimento. Uma história que o
assimassim teve acesso numa pesquisa e texto de Laurent Fernandes (Historiador
de Arte).
A história fica … Mas, será
que a Fortaleza da ìnsua aguenta tanto abandono e esquecimento?
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