sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Fortaleza da Ínsua: esquecida ou votada ao abandono?




Muitos, certamente, dos visitantes de Moledo e da Foz do Minho, em Caminha, tem uma foto da Fortaleza da Ìnsua para recordação. Pois, tudo indica que o monumento não passa, actualmente, do que uma mera recordação.
Tempos houve em que os pescadores reuniam família e amigos e rumavam em direcção à fortaleza, e assim passando um dia de convívio. Mas vai lá o tempo … As portas foram encerradas e proibida a ida ao local sem permissão.
Também, tempos houve em que foi vinculado um protocolo entre o município caminhense e La Guardia para recuperar o monumento e torna-lo um local de pesquisa oceanográfica. Mais não passou de ditos …
Hoje o monumento está esquecido, em estado de deteriorização e, no passado, alguns larápios levaram azulejos do interior assim como outros objectos que marcavam as recordações da Fortaleza da Ìnsua e quem por lá passou.
Segundo se sabe o forte da Ínsua foi pelo Estado português cedido ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo, e disto já passou uma década. Cabe a este instituto a manutenção do monumento, entre outros aspectos de relevância.
O assimassim decidiu abordar o tema e falou com o presidente do município caminhense, Miguel Alves, que se mostrou imensamente preocupado com a deteriorização do forte e salienta que « Já tive ocasião de o dizer em diversos fóruns, continuo a chamar a atenção para o facto em reuniões privadas e em aparições públicas e espero que possa surgir um projecto mais concreto, primeiro, e o apoio do Estado depois.
Este autarca afirma que na candidatura do estuário do rio Minho a Fortaleza da Ìnsua ocupa um lugar de destaque e « Aguardamos pelos passos que o IPVC quiser dar com expectativa mas sempre com preocupação pelo arrastar da situação.
Terá sido esta uma ‘batata quente’ que caiu no Instituto Politécnico de Viana do Castelo? Não sabemos … Tem o IPVC um projecto para esta fortaleza? Não sabemos … Tem o Instituto Politécnico de Viana do Castelo feito algo na recuperação ou manutenção da Ìnsua? Não sabemos … Apesar dos vários contactos o assimassim não recebeu nenhum tipo de esclarecimento por parte de quem tem a tutela da Fortaleza da Ínsua, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Sabemos, sim é que as portas da fortaleza já foram arrombadas … E a pergunta ainda se mantem: esquecida ou vetada ao abandono?

A história da Fortaleza da ìnsua
Indissociável da paisagem de Moledo do Minho, é uma pequena ilha rochosa situada a sudoeste da costa portuguesa, distanciada cerca de 200m. Tudo leva a crer que anteriormente à fundação do convento tenha aí existido um local de culto que os portugueses conheciam por Sta. Maria da Ínsua. Esta ermida tinha um ermitão e a sua festa realizava-se a 8 de Setembro. No entanto, foram os franciscanos da observância menorita, nomeadamente Frei Diogo de Árias, que fundou o convento de Sta. Maria da Ìnsua. Em 1471, e após ter tido por algumas vezes apenas dois frades a viver no convento, têm lugar as primeiras obras de reedificação, visto que o convento não reunia as condições adequadas para se viver.Estas obras consistiram na construção de novas celas e na melhoria da capela e da casa. Após esta data dá-se uma grande projecção do convento, com a entrada de muitos religiosos, entre os quais Frei André da Ínsua que chegou a ser Geral da Ordem. No mesmo período, testemunhando uma época de prosperidade e de grande apoio, o convento recebeu a visita dos senhores de Caminha, o governador de Ceuta, e a própria família real. Houve uma época de quase inexistência da actividade no convento da Ínsua, que viria a ser de imediato retomada por solicitação do duque de Caminha, D.. Miguel Menezes, e do próprio povo caminhense.
Entre 1649 e1652 tem lugar a construção do Forte sob ordem de D. Diogo de Lima, Governador das Armas da Província do Minho, com a função de proteger a entrada da barra do rio Minho e também proteger o próprio convento de outros ataques por corsários. Assim inicia-se a longa e difícil coexistência entre os frades e os soldados.
em 1717 D. João V oferece 200$000 reis para reedificação da igreja, com tecto de abóbada de pedra e coro alto, obras estas que só ficam concluídas em 1767 quando se fazem novas celas, sala do capítulo e retábulo do altar. Em 1834 as ordens religiosas foram extintas e o convento é integrado no património nacional, enquanto que o Forte continuou sob a alçada dos militares até ao ano de 1940, quando o Ministério da Marinha entrega o Forte ao Ministério das Finanças.
Ainda foram feitas outro tipo de obras de remodelação e conservação, sendo estas datadas por volta de 2000, mas até hoje mais nada isto que se tenha conhecimento. Uma história que o assimassim teve acesso numa pesquisa e texto de Laurent Fernandes (Historiador de Arte).
A história fica … Mas, será que a Fortaleza da ìnsua aguenta tanto abandono e esquecimento?

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