sexta-feira, 25 de novembro de 2016

«auto superação. » é um dos lemas de ‘Neo’

É um caminhense de «gema», natural de Argela e com sangue Lanhelense e Argelense, e mais um campeão do Sporting Clube Caminhense, chama-se Cláudio Rodrigues e tem 27 anos de idade. Actualmente reside em Vila do Conde, mas sempre que lhe é possível está em Caminha onde está o clube do seu coração. A sua alcunha no remo é ‘Neo’, foi lhe dada como forma de baptismo por ‘Minas’, Henrique Baixinho, na regata Internacional de Orio.
Como surgiu o remo na sua vida, o que o cativa e outros pormenores deste campeão é o que o assimassim falou em entrevista com Cláudio Rodrigues.


Aa - Quando iniciaste no remo?
Cláudio Rodrigues – A minha carreira desportiva teve início em 2000, tinha 11 anos, e entrei no ensino básico na EB 2,3/s de Caminha e tive a felicidade de ser da turma do João Miguel Silva Pinto (que sempre foi o meu camarada no remo e é como um irmão), filho de outra ‘lenda’ como remador e treinador do Sporting Clube Caminhense, o João Branco Pinto que na altura era treinador dos sénior e me lançou como timoneiro e posteriormente ‘repescou-me’ em 2010 após 3anos fora do remo e fui recuperando os nos perdidos.
- Aa Que te cativou na modalidade e continua a encantar?
CL – O que mais me cativa no remo é a auto superação necessária para evoluir, a tranquilidade/ paz que se sente em cima de um barco quando os treinos são produtivos e o barco navega e principalmente o espírito de camaradagem e a raça de lutar pelos objectivos, que se sente no Caminhense.
- Aa – O teu clube sempre foi o Sporting Clube Caminhense?
CL – Sim, foi sempre o Sporting Clube Caminhense, apesar de em 2015 começar a época de Inverno no Clube Fluvial Vila-condense, não cheguei a competir por este e logo me apercebi que não estava confortável, sem o espirito de camaradagem, ambição e entrega que sentia no Caminhense. Por isso fiz a transferência para o meu clube do coração e logo no Nacional de Fundo consegui atingir um honroso 2º lugar com o meu camarada Anthony Passos no 2x.
- Aa – Porque a decisão de ser atleta deste clube? Que te motiva para pertenceres a este clube?
CL – Este é o clube da terra e depressa me apercebi que era e é o melhor clube para praticar remo (é a minha opinião) ). Porquê? Porque é uma escola de campeões, o Caminhense já tem mais de 90anos de história e continua sempre a escrever mais páginas, todos os remadores que por aqui passam são uma referência.  Porque melhores ou menos bons são todos direccionados para um processo evolutivo, basta autos superar-se e manter o foco no objectivo pessoal e em prol do clube.Só quem rema por aqui sabe o que se sente e fica sempre nas nossas memórias, o trabalho desenvolvido pela direcção e pelo treinador dos 1ºs escalões é fulcral e eu fui sempre bem acompanhado: Quim Pereira, Pedro Fernandes (actual presidente), João Santos ‘Mami’, Henrique Baixinho, João Pinto, Paulo Lima, diversos atletas e treinadores que sabem o que fazem e como o devem fazer, que escreveram páginas e continuam a escrever na história do Caminhense.
Quando iniciei havia mais atletas, mais entrega e/ou disponibilidade para ‘sofrer’ e autos superar-se, mais vontade de atingir a melhor performance, hoje em dia a nossa sociedade facilita e rende-se ao sedentarismo e muito se deve também ao avanço da tecnologia e a disciplina dada em casa. Contudo,  os clubes como o Caminhense são instituições que transmitem ‘escapes’  e disciplina. Hoje sou a pessoa que sou também graças ao S.C.C. e um dos meus objectivos é dar o exemplo e mostrar aos mais novos que não é preciso ser uma ‘vedeta’, ser muito grande ou muito robusto para fazer parte da história do S.C.C.. Todos temos algo que precisa ser despertado e com treino e dedicação tudo é possível.
- Aa -  Tens ídolos no remo? Quem são?
CL – Tenho vários ídolos, para mim são todos os remadores que nos dias de hoje se entregam a um clube e conseguem ser felizes e atingir os seus objectivos.

- Aa – Diariamente quanto tempo dedicas aos treinos?
CL – Depende muito da disponibilidade laboral mas em média 2h diárias, nos dias de folga por vezes bidiários.
- Aa – Que título ou títulos te foi mais gratificante conquistar?
CL – O mais gratificante sem dúvida que foi o 8+ e Taça Lisboa de 2013, com uma equipa de 8 atletas destemidos e cheios de vontade de marcar a diferença. Trazer a taça para Caminha e conseguir o que já várias equipas não conseguiam, derrotar o Real Clube Fluvial Portuense,  detentor do título e composto por vários atletas da selecção Nacional. O nosso grande timoneiro Quim Pereira (o mais completo a nível Nacional) e o treinador João Pinto sempre cheio de esperança a ultrapassar as dificuldades que se oponham.
Foi o culminar do meu regresso após 3anos parado e 3anos a recuperar a forma e á voga deste 8+ recheado de grandes amigos para a vida.
Outro título que me marcou foi o 4- 2017, porque nós, estes 4 atletas acreditamos em nós e unimo-nos em prol do clube, escrevemos mais uma página na história, fomos a 1ª equipa do S.C. Caminhense a ganhar 3anos consecutivos o 4- sénior pesado e com a mesma tripulação. Não sei se vamos rumo ao tetra, ainda é cedo para isso e o Caminhense sempre que possível foca-se em formar um 8+ sénior, é a mística do clube e do povo de Caminha e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar.
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Aa – Que metas tens para esta nova temporada?
CL – Para esta temporada tenho como objectivo alcançar todos os títulos possíveis a que o Caminhense se propuser e se profissionalmente tiver disponibilidade para participar nas regatas. Trazer a Taça Lisboa novamente para Caminha.  Seria óptimo , vamos trabalhar nesse sentido, voltar a erguer a Taça Presidente da República seria um brinde para o povo de Caminha, conquistar a Head of the Douro e estriar a presença do Caminhense em Londres na Head of the River seria uma honrosa página na história do clube. Voltar a competir e conquistar a Taça de Portugal individual e em equipa e erguer a Taça seria muito nostálgico, conseguir participar em todas as etapas do campeonato nacional de remo de mar e arrecadar o título nacional seria a continuação da história do S.C.C. e assim adquirir mais preparação e experiência para melhorar o resultado da época passada no Campeonato do Mundo de Remo de Mar. Chegar á final A seria um triunfo, sendo o segundo ano de remo de mar em Portugal e já existem Campeonatos do Mundo de Mar á 8anos.
Estes são os objectivos pelos quais vou treinar. 
Aa - Que apelo deixarias aos jovens para a prática do remo?
CL – Na vida nem tudo se resume a dinheiro ou a uma carreira desportiva profissional, quem tem a oportunidade de fazer do desporto a sua vida profissional e dia-a-dia óptimo, no remo em Portugal isso é impossível porque não tem a visão nem os apoios necessários. O sistema é focado no futebol e por isso a educação dos pais também é orientada para o desporto com mais visibilidade e talvez oportunidade de ganhar algum €.
Meus caros, aproveitem do melhor desporto ou dos melhores e mais completos do mundo e das nossas paisagens portuguesas, sim porque remo não é só remar no rio, também se treina em terra e completa com outros desportos (corrida, bicicleta, natação, até ginásio,..) e não digam que não sabem nadar porque quando se quer tudo se aprende até porque ninguém nasce ensinado. . Se se dedicarem e tiverem o apoio de uma boa direcção e treinadores, vão se superar e ser disciplinados, arranjar métodos para superar os problemas da vida que possam surgir. Acima de tudo vão fazer amigos verdadeiros, amigos que vão apoiar-vos sempre que não superarem um obstáculo.
O Caminhense é a porta grande para esse caminho mas se são de longe e não têm possibilidades para treinar no melhor clube, podem começar no mais próximo da vossa residência e quando tiverem oportunidade experimentem uma época no S.C.C.

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