Foto de: Daniele Borghello
As luzes do palco ainda estão apagadas e a sala do teatro S. Luiz, em Lisboa, está vazia, mas em palco Marta Cuscunà e um grupo de utentes do Lar Branco Rodrigues mantêm o primeiro contacto. O objectivo é a estes deficientes visuais proporcionar um contacto directo para descobrirem, através do tacto, mais como tudo funciona e acontece. E tudo inicia assim: https://goo.gl/photos/NY53azHUvdtVxCFEA
Estava previsto um enorme desafio … Uma tradução de italiano para português e, ainda, a áudio-descrição. Tudo foi superado e mostra disso mesmo foram as reacções dos deficientes visuais. Nuno Silveira, salientou que a «áudio-descrição foi muito boa, a dinâmica, sincronização e o ritmo das áudio-descritoras conseguiram transmitir tudo o que se passava em palco. Foi brilhante».
« Sorry, Boys», é o retrato de um pacto feminino entre 18 raparigas que decidem engravidar no mesmo período.
Um trabalho brilhante de Marta Cuscunà, sozinha em palco, que coloca uma dúzia de cabeças a falar sobre esse caso real. Na penumbra do palco - onde se esconde a italiana Marta Cuscunà, falando e manipulando cabeças cénicas em látex, cortadas, que a cenógrafa Paola Villani levou três anos a criar). Parecem reais, embora estejam penduradas, sem corpo, como troféus de caça. De um lado estão os adultos, do outro, os jovens pais, todos a escrutinar o que terá levado 18 alunas do liceu de Gloucester (EUA), menores de 16 anos, a engravidar em simultâneo e a tentar lidar com o facto de o escândalo sexual da sua pacata cidade abrir telejornais no mundo inteiro.
O feminismo, mas também a violência doméstica são temas abordados. Imensas interrogações, dúvidas e receios assaltam os personagens envolvidos.
No final, o público recompensou a italiana Marta Cuscunà pelo seu excelente desempenho em palco e que ela agradeceu emotivamente …
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