Indignação e incompreensão foram palavras que o assimassim
ouviu de alguns encarregados de educação que tinham os seus educandos inscritos
na Ancorensis. Revolta, também, por a decisão chegar a poucos dias do início do
novo ano lectivo.
E os alunos? Estes além da tristeza por mudarem de escola e
perderem alguns contactos de colegas, também se sentem desorientados por esta
decisão. Alguns Revelaram ao assimassim que no período de férias existiram
constantes mensagens trocadas entre eles no sentido de soluções previstas
quanto ao novo período escolar e nada apontava para o encerramento da
cooperativa de ensino de Vila Praia de Âncora.
Recordemos que o assimassim já no mês de Agosto avançava que
seriam feitos despedimentos e que uma decisão final iria chegar no mês de
Setembro. Mas, no dia 26 de Julho a direcção da Ancorensis afirmava que
existiam « condições fundamentais para que o ano lectivo decorra entre os dias
9 e 15/Setembro de 2016», desmentindo assim os rumores que na altura davam como
certo o encerramento. Por outro lado, e numa nota de comunicação dirigida aos
encarregados de educação, salientavam ter já assinado com o Ministério da
Educação um contracto de associação para as turmas do 9º e do 12º ano e apontavam
para breve quanto ao 8º e 11º ano.
No seu comunicado a Ancorensis afirma que o encerramento se
deve a não ter direito a abrir novas turmas com contrato de associação ou seja,
financiadas pelo Estado. Por outro lado, adianta sentir-se « abandonada pelo
Ministério da Educação indiferente à adoção das medidas adequadas que
salvaguardem os interesses de todos os envolvidos, designadamente dos docentes
e trabalhadores cujos postos de trabalho se perderão para sempre e que não
prescindirão da correspetiva compensação, mas sobretudo dos alunos e seus
progenitores.
No respeitante a compensações devidas pelo despedimento a
solução, também, é clarificada no comunicado da Ancorensis, « não dispõe de
verbas para acomodar o pagamento das indemnizações.
Acusações e manifestações
A Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, acusou o
ministro da educação, Tiago Brandão, direcção-geral dos estabelecimentos
escolares do Norte e a Câmara Municipal de Caminha pelo encerramento da
Ancorensis. . Lamentando, também, que os principais protagonistas deste
processo «Não foram consultados nem participaram nas decisões».
Esta autarquia local assinala os constrangimentos que este
encerramento acarretará afirmando que a « deslocação de centenas de jovens
alunos provocará enormes constrangimentos e dificuldades aos próprios e as suas
famílias e terá impactos negativos na nossa vila, desertificando-a e piorando o
cenário já debilitado da economia local».. Acrescentando, ainda, que «teremos um
aumento de dezenas de desempregados que implicará a deteriorização do nosso
tecido social e económico e ao aumento da emigração».
Por outro lado, a rede social do facebook, também, foi meio
utilizado para mostrar o desagrado no encerramento da Ancorensis.
« é-me indiferente razão e conclusão, é-me indiferente cor
ou sigla, esquerda ou direita, é-me indiferente discursos maquilhados, palhaços
que me façam rir e ilusionistas que me façam pasmar ... Só sei que vi a obra
nascer, crescer com alegria e dinamismo, prestar bom serviço á comunidade ... e
a comunidade, e a nossa terra, e as nossas freguesias, as famílias, agradecidas
...», podia-se ler.
Mas, existem os defensores da escola pública e contra o
procedimento da Ancorensis, «lamentável a atitude da Ancorensis, pois abandonou
todos os seus alunos e funcionários. Não nos podemos esquecer que o estado iria
continuar a contribuir com, aproximadamente, 900 mil euros para que os alunos concluíssem
o seu ciclo de estudos. Mais indecente e triste, uma escola que se presa pela
proximidade e o conceito de família deixar filhos (alunos) órfãos de escola.
A Ancorensis foi a única escola com contracto de associação que
tomou a decisão de fechar....
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