É Júlia Paula Costa, candidata pelo Partido Social Democrata às próximas eleições autárquicas que ainda irão decorrer este ano.
Uns valorizam e destacam a sua postura e forma de liderar a autarquia caminhense em doze anos, mas também houve quem a criticou ...
Numa entrevista ao assimassim Júlia Paula Costa fala do seu amor à terra e não deixa de criticar o actual executivo socialista, liderado por Miguel Alves, e como este não teve estratégia nem projectos para o concelho.
É bem clara ao afirmar que o Plano Director Municipal, PDM, é para alterar e que irá ter um olhar atento no campo empresarial, social, educação, cultural e turística, mas de forma sustentável. A fasquia é a «excelência.
Por outro lado, ressalta o dinheiro deixada nos cofres municipais no tempo do seu mandato e relembra a divída do actual executivo: 6 milhões de euros.
Está de consciência tranquila e a lei foi clara: absolvida.
AA – Que motiva Júlia Paula a se recandidatar novamente à Câmara Municipal de Caminha?
Júlia Paula Costa – O que me motivou a tomar este passo tão importante, de forma responsável e consciente foi principalmente o amor à nossa terra, o dever de cidadania sustentando por um forte apelo de centenas de munícipes muito preocupados, com o estado de estagnação a que a gestão do actual executivo conduziu o concelho. Quero continuara a fazer obra no nosso concelho e tenho ideias e projectos claros para na área empresarial, social, educativa, cultural e turística para colocar o Concelho de Caminha no lugar de vanguarda que merece.
AA – Foram oito anos liderando o concelho de Caminha. Qual a obra da qual se orgulha ter efectuado?
JPC – Na verdade foram 12 anos. As obras foram tantas e tão diversas que provocaram um impulso no desenvolvimento do concelho, nunca visto até àquele momento. O que mais me orgulha foi ter devolvido a esperança aos caminhenses num futuro melhor, foi vê-los sentir que o atraso do concelho não era uma fatalidade e que o desenvolvimento e progresso eram uma realidade, nas mais diversas áreas: ambiente, infraestruturas, educação, cultura, turismo, etc.
Foi um exercício abrangente e inteligente que preparava um novo caminho.
AA – Existiu alguma que o tempo ou outras situações não permitissem que conseguisse avançar com uma obra necessária ao concelho?
JPC – Foram várias, mas destacaria pela sua importância estratégica para o desenvolvimento do concelho a Ponte Internacional e a Marginal de Caminha. No que diz respeito à Ponte iniciamos os procedimentos e as diligências necessárias para dar os primeiros passos e relativamente à Marginal de Caminha, aderimos à sociedade Pólis, investimos 500 mil euros, desenvolvemos os projectos que deixámos prontos a serem candidatados. Lamentavelmente nestes 4 anos não foi sequer iniciada, mas aqui estou, para com a confiança da nossa população torná-la uma realidade para todos e um foco de desenvolvimento sustentável e de qualidade para o nosso Concelho.
AA – O que falta ao concelho de Caminha e que seja necessário para o seu crescimento e necessidades da população?
JPC – Por incrível que pareça, a prioridade das prioridades é alterar o PDM que o actual executivo acabou de aprovar que é um autêntico bloqueio ao desenvolvimento harmonioso, equilibrado e sustentável do território. É isso que faremos imediatamente.
Criar condições, com medidas de discriminação positiva, para atrair empresas para o concelho, nomeadamente no domínio das tecnologias de informação, para garantir emprego aos jovens qualificados do concelho, impedindo que abandonem a sua terra.
Alterar o paradigma do modelo de desenvolvimento turístico, com dois desígnios, ascender ao patamar de excelência em linha com o potencial do território, e combater a sazonalidade, tendo turismo e actividades o ano inteiro.
Um novo modelo de Acção Social que, em parceria empenhada com as Juntas de Freguesia, as IPSS e outras instituições, melhore as condições de vida e lazer de crianças, jovens e idosos.
AA – O actual executivo assentou como sendo um dos seus pilares no concelho o turismo. O que foi realizado é suficiente ou é necessário fazer mais? E o quê?
JPC – Sem querer ser repetitiva, Caminha sendo um dos cantinhos de Portugal bafejados pela natureza, com rios, mar, vales e montanhas, tem um potencial de excelência. O que o actual executivo tem feito é mais do mesmo. Nada de relevante que coloque Caminha no mapa, pelo contrário nalguns casos com imensa perda de qualidade.
O que vamos fazer é alterar radicalmente o modelo, elevando a fasquia para o nível da excelência. Para oferecermos turismo de qualidade, com grande poder aquisitivo e que se distribua, ao longo do ano inteiro e acabar com a sazonalidade dos eventos que existe actualmente, . Tudo se concentra no verão e depois deparamo-nos com meses de marasmo total. É urgente inverter esta situação, contando com a ajuda de todos, principalmente dos nossos empresários e para bem da nossa economia.
AA – Existem muitos jovens que acabam os seus estudos e abandonam o concelho que poderá ser feito para alterar esse movimento?
JPC – Como disse anteriormente, atrair empresas de base tecnológica, nomeadamente na área das novas tecnologias, através da criação de incentivos e mecanismos de discriminação positiva. Temos bem consciência dos nossos pontos fortes – excelente acessibilidade, proximidade dos aeroportos e portos de Mar do Porto e Vigo – e das ameaças – a oferta de solo industrial dos nossos vizinhos de Viana e Cerveira. Estamos conscientes do problema, temos soluções inovadoras para o debelar e estaremos muito focados nisso.
- A indústria não deverá ser também bem sustentado? –
Para além de melhorarmos as condições dos vários pólos industriais existentes no concelho para pequenas e médias empresas, criaremos um grande pólo de acolhimento empresarial, para atrair empresas na área das novas tecnologias.
AA – Nesta sua candidatura qual a sua principal bandeira?
JPC – Alteração do PDM e mudar o paradigma de desenvolvimento do concelho, nas áreas da economia e emprego, turismo, acção social e acessibilidades.
AA – Na sua opinião, quais foram os erros deste executivo socialista? Se houveram?
JPC – Considero que o que faltou a este executivo foi estratégia e um projecto real e sustentável. Uma visão redutora, diria quase de “merchandising”. Cito a título de exemplo: não se pode dizer às pessoas que se cumpriu um projecto para Caminha, porque se começaram a emitir pela Internet as assembleias municipais. Isso é bom para que as pessoas se envolvam e sejam conhecedoras do que se está a passar nos órgãos eleitos, mas não lhes traz benefícios nenhuns para as suas vidas. O concelho parou e até regrediu. Algumas questões fundamentais como a revisão do Plano Director Municipal, foram tratados de forma quase “leviana” só para cumprir calendário eleitoral. Este é o documento mais importante que marca a visão e a estratégia de desenvolvimento para o Concelho. A forma como este processo foi conduzido foi desastrosa. Desvalorizou o nosso território e prejudicou efectivamente o nosso património.
Nada foi feito relativamente ao investimento nas áreas empresariais e com este PDM também nada está facilitado para atrair investimento, pelo contrário. Quando não há um desígnio, não se conhece o concelho e não se está focado com os pés e a cabeça na resolução dos problemas, é impossível obter resultados. Os problemas resolvem-se com trabalho e dedicação, não com operações de cosmética e propaganda.
AA – Entre as acusações que o mesmo fez ao seu tempo de liderança foi a câmara não ter ficado com dinheiro nem para comprar um prego. Corresponde à realidade?
JPC – Nada mais falso. Essa questão é um dos clássicos da cartilha política de quem ascende ao poder e não está preparado para o exercer e começa o processo de passa culpas e identificação de bodes expiatórios. Mas eu explico, aquilo que são factos objectivos e que estão plasmados nos documentos apresentados pelo executivo socialista. Basta consultar os documentos de prestação de contas, elaborados pela actual gestão. Em 31.12.2013, quando saímos, deixamos, em depósitos, nos bancos, cerca de 2,5 milhões de euros. Actualmente, as dívidas ascendem a 6 Milhões de euros. Deixaram de pagar, o lixo, a água, as rendas das piscinas e aos fornecedores.
Da nossa gestão, com toda a obra que fizemos, para a gestão actual , sem qualquer obra relevante, mantêm-se os mesmos compromissos e encargos fixos. Na nossa gestão os pagamentos a fornecedores cumpriam a Lei dos Compromissos, pagávamos a 90 dias, dentro dos prazos legais. Neste momento e Lei impõe que se pague a 60 dias e os pagamentos são feitos a mais de 123 dias incumprindo totalmente a lei e os prazos, portanto, está tudo dito acerca da capacidade de gestão.
AA – Todas as acusações que lhe foram feitas por este actual executivo quais as que repudia veementemente?
JPC – Todas. Quem assume a gestão e os destinos de um município tem como missão trabalhar nesses 4 anos em prol da sua população e não passar esse mesmo período, sem nada fazer, a acusar sistematicamente os anteriores executivos, para justificar essa inércia. A verdade é que de contrariando os desígnios para os quais foram eleitos despenderam mais tempo a falar mal de mim e a acusar-me do que a fazer obra ou a potenciar desenvolvimento para o Concelho.
São prioridades diferentes. No presente caso é o combate politico que interessa e o objectivo era denegrir a minha imagem pessoal e politica para me afastar da vida politica activa , mas citando alguém muito reputado ao nível da justiça: é invencível aquele que não sente os ataques que lhe são proferidos porque simplesmente os despreza e não os valoriza.
Eu, enquanto exerci o cargo de presidente da câmara canalizava as minhas energias para fazer obra e desenvolver actividades e projectos que melhorassem a qualidade de vida das pessoas.
AA – Na campanha irá ter alguma palavra com os eleitores quanto aos processos judiciários em que esteve envolvida?
JPC – Estou de consciência tranquila. Nada fiz de que me possa arrepender, como o comprova a última absolvição do Tribunal de Viana, como o Ministério Público a pedir a minha absolvição. Tudo isto tem motivação política e tenta servir de cortina de fumo para aqueles que, ao fim de 4 anos têm uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma para mostrar à população do Concelho de Caminha.
Manobras de diversão para distrair a atenção de quem nada tem para mostrar.
O que me move com esta candidatura é tão só lutar pelo nosso Concelho e retomar o caminho do progresso. Fazer do Concelho de Caminha um território com um futuro de esperança e risonho para todos.
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