sábado, 10 de junho de 2017

«Mais que um símbolo, uma paixão para todos» - deseja Virgílio Barbosa, atleta do SCC


Hoje temos mais um campeão do Sporting Clube Caminhense … Praticamente, nasceu e cresceu neste clube verde e branco de Caminha, sendo a história deste , mítica e forma de trabalhar que o incentivaram e motivaram a praticar a modalidade.
É Virgílio Barbosa, natural de Lanhelas, nasceu a 6 de Novembro de 1978, é licenciado em ciências do desporto e desde os seus 14 anos que pratica remo.
A casta e as emoções que este clube lhe deu estão bem presentes na sua memória, e o seu desejo é claro: voltar a ter a população de Caminha à volta do grande Sporting Clube Caminhense! …
Conhecemos o sentimento deste atleta em entrevista …



AA – Porque o remo entra na sua vida?
Virgílio Barbosa – Apareceu unicamente e em especial por dois factores: pela proximidade, tendo em conta que estudava em Caminha e sentia-se naquela altura a influência e o mediatismo de “o ser” remador entre pessoas de Caminha; e pela influência directa de um amigo (Sérgio Silva) que estudava comigo e aliciava-me com história, emoções, desânimos e vitórias.

- AA – E porque o Sporting Clube Caminhense?
VB – Pela proximidade, pela histórias, pelas gentes, pelos amigos que já frequentavam.

- AA – Que envolve este clube que outros não?
VB – Entre muitas outras coisas a história que o clube leva desde que foi fundado, sendo esta contínua e cheia de atletas de referência ao longo dos seus 90 anos de existência. É diversa e marcante, e isso percebe-se ao entrar nas salas de trofeus do clube, onde num primeiro momento gera-se uma motivação para aportar algo para estar o nosso nome presente naquelas salas… “aquela raça e casta”
- AA – Antes de uma competição que pensa um atleta?
VB – Esse pensamento variou consoante os anos de experiência: no início, é sempre o receio de durante a regata fazer algo de errado e de não aguentar a intensidade da mesma, nervosismo e duvidas ao ponto de passar sempre pela cabeça não voltar a remar; com o passar dos anos, a confiar no trabalho e na equipa, em visualizar uma regata do inicio ao fim, em confiar e motivar a equipa, procurar pensamentos que motivem e ajudem a fazer uma boa regata… em resumo, a divertir e passar bons momentos com o remo e os amigos.

AA – Numa prova que representa a linha de partida para um atleta?
VB – O inicio, para mostrar e aplicar aquilo que andamos a treinar de forma dedicada e dura durante alguns meses, a avaliação, o exame, o nervosismo, a diversão, aquela “droga” que nos faz sentir falta dela quando não a temos e nos faz adorar esta modalidade. 
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AA – E a da chegada?
VB – Para alem de ser o culminar de um período, o fim. Essa pode ter várias representações em função da classificação, do esforço e do desempenho.
O resultado influencia a lembrança da regata, pelo positivo e pelo negativo. Fica sempre a vontade de “só mais uma”!
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AA – Nos momentos em que uma prova não corre tão bem onde se encontram as forças para continuar a remar?
VB – Por vezes esse tem de ser o motivo, a ambição de melhorar, o desafio… saber que queremos ser e temos margem de progredir por aquilo que falhamos. Porque este clube desafia-nos no dia a dia a essa mentalidade e forma de estar no desporto e na vida. 
- AA – Quanto tempo dedica ou dedicava ao remo em termos de treino?
VB – Variou e varia com a minha disponibilidade, já cheguei a dedicar entre 24 a 30 horas de treino efectivo por semana, mas o normal seria 14 horas por semana.

AA – Que fibra tinham os atletas de antigamente que os actuais lhes falta?
VB – Creio que na realidade não falta, até porque o defeito é mesmo terem oportunidades a mais. Naquela altura, o remo criou a nossa infância e adolescência, era o que nos restava. Fazia-mos dele o nosso final de dia, o nosso único grupo de actividade pós escola. Isso determinava muito a nossa determinação e empenho para com a modalidade.
Hoje em dia os adolescentes tem várias e diversas ocupações que acabam por banalizar a maioria delas.
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AA – Era mais difícil ser antes atleta?
VB – São tempos diferentes … As mentalidades eram diferentes as condições creio que continuam a ser mais ou menos semelhantes. Antes o simples facto de haver mais interacção física e pessoal, quer na escola quer fora dela, obrigava a um maior compromisso para com os colegas e o remo. Para alem de ser uma ocupação um meio de superação e rivalidade salutar para com os colegas. Hoje em dia a maioria dos adolescentes tem uma destreza motora diferente daqueles tempos e se não tiverem sucesso ou sentirem evolução acabam por desistir.

AA – Que títulos marcam a sua carreira de atleta?
VB – Depois de quase 70 títulos fica difícil dizer um concretamente, existem vários e cada um deles é marcante por inúmeros motivos: principalmente pelos remadores com quem foram conquistados, pelas dificuldades que foram ultrapassadas durante a época, pelos contextos adversos que outros clubes criavam, pela motivação criada pelos elementos directivos, por ser o primeiro, na transição de escalão. Enfim, todos eles marcaram e tem um valor especial. - AA – Qual o que permanece na sua memória?
VB – Tenho a recordação de todos eles, até que porque são todos diferentes e marcantes. Cada um tem o seu sabor, cada tripulação, cada amigo que se ganha… todas valem e tem marca.
- AA – Qual foi a sua tripulação de eleição? E porquê?
VB – Aquelas que tive a honra de remar com o meu grande mentor, Baixinho. A grande maioria de tudo pelo que passei o devo a ele… Figura do remo nacional que eu tive a honra de remar e conviver como mais ninguém o fez. Experiências e conhecimentos únicos que valem muitas vitórias e reconhecimento do que é trabalho e dedicação a uma causa… unicamente por gosto à modalidade.  

- AA – No futuro que gostava que o Sporting Clube Caminhense conquistasse ou se tornasse?
VB – É simples…Naquilo que era para o povo… mais que um símbolo, numa paixão de todos!

1 comentário:

  1. Uma lenda que ainda rema no clube do meu coração, com quem tive o prazer de aprender, remar e ganhar! Um abraço Tio Virgilio!

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